domingo, março 19, 2017

Bairro Alto: moradores versus turismo

 Nos últimos anos Lisboa tem ganho diversos prémios que promovem o turismo, como, por exemplo: “Melhor Destino Urbano”;Melhor Destino Low-Cost”; e o título de “4ª Cidade mais bonita do mundo”. Em 2014 registou 11,53 milhões de dormidas.
         O Bairro Alto foi construído em 1531 devido a um sismo. Localiza-se na freguesia da Misericórdia, no centro de Lisboa. É um bairro tipicamente português, ou seja, onde roupa ainda é estendida à janela. Lá, estão localizadas pensões, lojas tradicionais, barbearias e tascas. No entanto, devido ao aumento do turismo, esta vida calma e tipicamente portuguesa está a desaparecer pois os moradores estão a ser pressionados para sair do bairro, quer devido a pressões imobiliárias quer devido á mudança do ambiente, como o aumento do barulho, a expansão da hotelaria e a diminuição da segurança.
         Outros problemas que são levantados pelos moradores são: a diminuição da mobilidade, a diminuição do estacionamento, a sujidade na via pública, o aumento do tráfego, os Tuk-Tuk e o aumento dos preços, quer do arrendamento quer dos produtos necessárias à vida quotidiana.
         Fernando Marta reside no Bairro Alto acerca de 60 anos e afirma que a economia pode ter melhorado mas a qualidade de vida dos moradores diminuiu. Luís Paisana, Presidente da Associação de Moradores do Bairro Alto (AMBA), afirma: “o centro histórico lisboeta é demasiado pequeno e não tem capacidade para absorver tantos turistas”.
A AMBA é uma das instituições existentes que protege os moradores das “ameaças externas” e luta pelos seus direitos.
         Por seu lado, o presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Fernando Medina, prefere ver os benefícios do turismo: Toda a cidade vibra e está mais animada, até com espaço para novas atividades que são geridas pelos moradores”.
Na minha opinião, o turismo tem um lado positivo, como a melhoria da economia, e um lado negativo, onde a vida local é modificada para responder às necessidades do turismo, levando mesmo muitos estabelecimentos a fechar portas ou a retirar a venda dos produtos típicos para venderem bebidas e lembranças. A Câmara Municipal de Lisboa deveria ter em conta as necessidades dos moradores, promulgando leis que os protegessem do “despejo” causado pelo aumento dos hostels/hotéis e lojas de souvenirs.
Este ano entra em vigor uma lei que protege os moradores do barulho após as 23 horas, e os estabelecimentos que não tenham aparelhos  que reduzam o barulho ou que não cumprem a lei, são obrigados a pagar coimas de milhares de euros.
Tem que se encontrar um meio-termo, ou seja, não se pode sacrificar o bem-estar dos habitantes mas também não se pode “expulsar” os turistas.

Maria Oliveira

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