domingo, janeiro 14, 2018

"Perceções de residentes e atores locais do legado de Guimarães Capital Europeia da Cultura de 2012"




Resumo
Escrever sobre o legado de uma Capital Europeia da Cultura (CEC) tem revelado ser um exercício difícil. Talvez por isso se tenha discutido e escrito pouco sobre essa matéria, em Portugal. Atualmente, é feroz a competição entre cidades no que diz respeito à captação de turistas e investimentos. Inúmeras cidades lutam para ganhar protagonismo em termos culturais e para serem escolhidas pelos turistas. Esta afrmação ganha relevo quando se pensa na vincada globalização e no advir de várias crises que caraterizam o momento atual. Por essa razão se tem afigurado tão estratégico sedear uma Capital Europeia da Cultura. Atentos a isso, entendemos que fazia sentido investigar como as populações reagem a este tipo de megaevento e como as cidades tiram proveito do seu acolhimento para se requalificarem e equiparem, para se promoverem, e para captarem investimentos e visitantes. Este artigo tem como principal objetivo fazer um breve retrato do legado da CEC Guimarães 2012. Nesse retrato, usa-se uma abordagem quantitativa, resultado da inquirição dos residentes, mas retém-se, igualmente, uma leitura qualitativa, feita por um conjunto qualificado de atores locais. As principais ilações a retirar dos inquéritos realizados exprimem-se na alteração ao longo do tempo das perceções dos residentes dos impactes da CEC. Entretanto, se o acolhimento da CEC fez crescer o número de visitantes, pouco do que estava previsto em matéria de dinamização continuada da vida cultural da cidade terá passado à prática.

Palavras-chave: Capital Europeia da Cultura; Legado de Megaeventos; Promoção das Cidades; Guimarães.


Paula Remoaldo
Lab2PT/ICS, Universidade do Minho
José Cadima Ribeiro
NIPE/EEG, Universidade do Minho

(Resumo de artigo entretanto publicado em Revista de Guimarães, Vol. 124/125 (2014/2015), 2017, págs. 81-86)