quinta-feira, março 08, 2018

Turismo de Natureza: outro conceito de turismo em Portugal

A Torre de Belém, a Avenida dos Aliados, o Bom Jesus de Braga, a Torre dos Clérigos, o Palácio da Pena, o Padrão dos Descobrimentos, e tantos outros monumentos, situados nas grandes cidades, são vistos como património cultural, tendo um grande papel na definição da identidade um dos mais antigos Estados-Nação do Mundo: Portugal!
Contudo, a vida da cidade atrai cada vez menos adeptos, cansados da rotina, do stress do trabalho, do barulho, da agitação, do trânsito infernal e constante, das dificuldades em encontrar uma casa para alugar e dos preços, cada vez mais elevados, a pagar por ela. Todas estas condicionantes, entre outras, levam este tipo de consumidores a optarem por locais mais “remotos” para viajar, longe dos seus hábitos urbanos quotidianos, contribuindo também para tal o desejo de ter uma outra visão do país onde nasceram e cresceram. E esta ideia, que é, para muitos, inspiradora, e se tem espalhado rapidamente, faz com que o Turismo de Natureza ganhe cada vez mais peso no sector turístico.
Mas em que consiste este tipo de turismo? De forma sintética, é um ramo do Turismo que se dedica à observação e a prática de atividades turísticas em contacto com a natureza. Segundo o ICNF (Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas), 21% do território nacional é formado por áreas com forte valor natural, paisagístico e de biodiversidade. Isto, aliado ao clima ameno anual, o estado de segurança, o alojamento, o bem-acolher e a simpatia dos portugueses, somando à gastronomia portuguesa, tida em grande vantagem competitiva relativamente aos restantes países europeus no planeamento de atividades outlooor, faz com que o turismo esteja em crescendo no país – e o Turismo de Natureza vem contribuindo cada vez mais para esse crescimento.
Devido ao aumento da procura por este novo conceito de turismo, a formação torna-se indispensável e, por essa razão, nos últimos anos, vimos assistindo ao aumento do número de agentes com reconhecimento para a prática de Atividades de Turismo de Natureza, contabilizando, em 2015, cerca de 500 agentes, segundo o Registo Nacional de Agentes de Animação Turística. A natureza proporciona aos seus utilizadores um leque alargado de atividades, nas mais diversas vertentes naturais. Nos rios do Mondego, Paiva, Minho são praticadas atividades como canyoning, canoagem e rafting. Amantes de zonas montanhosas poderão usufruir de caminhadas de grupo e provas de BTT na região de Arouca (Serra da Freita), Serra da Lousã. Para os apaixonados por fotografia, os campos de observação da natureza nas áreas protegidas constituem um argumento sólido para visitar Portugal.
As 3 principais fontes deste tipo de atividade de Turismo de Natureza em Portugal são: o Parque Nacional da Peneda do Gerês, pelas suas cascatas, a sua flora e fauna; e os arquipélagos dos Açores e da Madeira, tanto pelas suas condições climatéricas quanto pela sua diversidade de paisagens e fenómenos naturais, nomeadamente, vulcânicos. Todas estas caraterísticas têm permitido e incentivado o desenvolvimento do touring de natureza, sendo que Portugal até já foi vencedor de prémios internacionais na área – como, por exemplo, as Ilhas dos Açores que, em 2018, foram condecoradas com o prémio Best Destination, atribuído pela Convenção Anual da Rede de Agências de Viagens Bestravel.
Em suma, constatamos a vantagem competitiva que Portugal tem neste novo tipo de turismo, tal como acreditamos que é desejável uma aposta crescente neste tipo de serviços, de forma a proporcionar a todos interessados uma visão diferente do mundo… Uma visão mais ecológica, mais natural, mais verde, mais agradável, mais tranquila e genuína do território desta “nação valente” que é Portugal.

Octávio David Carvalho Rodrigues

Bibliografia
 -- http://www2.icnf.pt/portal/turnatur/tn
-- Turismo de Portugal (turismodeportugal.pt/) 

(Artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia do Turismo”, de opção, lecionada a alunos de vários cursos de mestrado da EEG, a funcionar no 2º semestre do ano letivo 2017/2018)

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