quinta-feira, maio 10, 2018

Passagem de ano na Ilha da Madeira

A Madeira é uma ilha repleta de tradições caraterísticas e de eventos peculiares, que cada vez mais são conhecidos nos quatro cantos do mundo. Um deles é a passagem de ano. Este espetáculo foi reconhecido oficialmente pelo livro de recordes do Guiness, em 2006, como o "O maior espetáculo de fogo-de-artifício do Mundo".
         Este evento fortalece a identidade da ilha visto que, nesta época, milhares de turistas visitam a região. No ano transato, chegaram à ilha cerca de 40 mil turistas entre o dia 28 e 31 de Dezembro por via aérea e cerca de 20 mil turistas por via marítima (num total de dez navios, sendo que há navios que ficam fundeados no porto, enquanto outros ficam ao largo) com o simples propósito de assistir à famosa passagem de ano. A administração dos portos da Madeira registou o maior movimento dos últimos dez anos na Pontinha no dia 31 de Dezembro.
         O governo regional investe a cada ano cerca de 1 milhão de euros em oito minutos de fogo-de-artifício, disparado de 37 postos, que envolve cerca de 132 mil disparos. Todos estes postos são colocados na cidade do Funchal, localizados na orla marítima e baixa citadina, no anfiteatro do Funchal, e no mar. Neste dia, a cidade está ainda com as deslumbrantes iluminações postas para a época festiva, o que atrai as pessoas para a realização de passeios, principalmente na avenida do mar, antes da meia-noite chegar.
         Tradicionalmente, a maioria das pessoas de toda a ilha deslocam-se para o Funchal para assistir a este grande evento. Umas optam por passá-lo em casa ou na casa de algum familiar, com vista propícia a ver o fogo-de-artificio, outras optam por ver do centro da cidade. Variam mesmo de ano para ano o local de onde presenciam a experiência, que pode ser vivida de diferentes maneiras dependendo do lugar de onde se encontram. Os oito minutos são vividos intensamente (cheios de sentimentos e emoções) devido ao céu iluminado das mais diversas cores e pelos ruídos intensos provenientes tanto do fogo-de-artifício como das buzinas dos navios. Na minha opinião, a principal razão que leva a este evento ser reconhecido mundialmente é, para quem participa, a facilidade com que somos envolvidos pela experiência, devido a não haver apenas uma frente de fogo-de-artifício mas sim em toda a volta da cidade.
         Posto isto, este evento é bastante apreciado tanto pelos residentes como pelos turistas provenientes de todas as partes do mundo, que vê as expetativas elevadas devido ao reconhecimento positivo do acontecimento. O governo regional empenha a sua força para que essas expetativas sejam superadas, com vista à promoção de novas visitas à ilha e a transmitir uma boa imagem.
         Concluo aconselhando a quem tiver a possibilidade de transitar de ano vivendo desta experiência que o faça, pois é inesquecível.

Diogo José Sousa Teixeira

(Artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia do Turismo”, de opção, lecionada a alunos de vários cursos de mestrado da EEG, a funcionar no 2º semestre do ano letivo 2017/2018)

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